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Exonerações da Polícia Civil explodem no governo Eduardo Leite

Informações da Ugeirm Sindicato

Um levantamento dos números de exonerações da Polícia Civil gaúcha, realizado pela UGEIRM, demonstra os malefícios causados pela política do Governo Eduardo Leite para segurança pública do nosso estado. De janeiro de 2022 até outubro de 2023, 91 policiais civis pediram exoneração dos seus cargos na Polícia Civil. Para se ter uma ideia do que significam esses números, o número de exonerações de policiais civis nos dois últimos anos já é maior do que a soma dos cinco anos anteriores.

Número de exonerações dos últimos dois anos já ultrapassa a soma dos cinco anos anteriores

Para uma categoria que tem enfrentado um déficit histórico no seu efetivo, as consequências dessa verdadeira debandada observada na instituição são trágicas. Piora no atendimento à população, sobrecarga de trabalho, danos à saúde física e mental dos Policiais Civis e como consequência final: retomada da curva de crescimento dos índices de violência. A população gaúcha já enfrentou esse problema em tempos que acreditávamos no passado. Em 2011, primeiro ano após o fim do governo de Yeda Crusius, não coincidentemente a última governante do partido de Eduardo Leite, tivemos 39 exonerações. De lá para cá, os números foram caindo paulatinamente, até se estabilizar após o processo de valorização dos Policiais Civis impulsionada pelas várias políticas do governo Tarso Genro, entre elas a aprovação da reestruturação da Carreira Policial aprovada no ano de 2014.

Desmotivação e falta de valorização têm levado policiais a abandonarem a instituição

O principal motivo para esses pedidos de exoneração, é a desmotivação causada pela falta de valorização do trabalho policial por parte do Governo. Boa parte desses policiais deixa a Polícia Civil para prestar concurso para carreiras onde são melhor remunerados, como o Judiciário. Essa tendência tende a se aprofundar, pincipalmente com o aumento do número de concursos para carreiras mais valorizadas, particularmente no governo federal. Um dos poucos atrativos que a carreira policial ainda apresentava, que era a possibilidade de progressão na carreira, também vem perdendo peso. Desde o início do governo Sartori e prosseguindo no governo Eduardo Leite, as publicações das promoções têm ocorrido cada vez mais raramente. No momento, as promoções que deveriam ser publicadas a cada seis meses, estão há quase dois anos sem acontecer. Com isso, mais um fantasma do passado passa a atormentar a categoria: a estagnação na carreira, com policiais levando até dez anos para mudar de classe, e a possibilidade de aposentadoria sem alcançar o topo da carreira policial, situação comum antes do grande aumento de vagas para promoções, ocorrido no governo Tarso Genro.

Prejuízo para a Instituição é enorme, com o aumento de exonerações de policiais

É importante destacar que, além da perda quantitativa do efetivo, temos uma perda qualitativa no quadro da Polícia Civil. Esses profissionais que pedem exoneração, além de já terem passado por toda a formação necessária para o ingresso na Instituição, são policiais que possuem a experiência do trabalho cotidiano e a qualificação obtida em anos de experiência na Polícia Civil. O custo da reposição de pessoal, para os cofres públicos, é enorme. Ao não valorizar a categoria, o Governo do estado faz o que chamamos de “economia burra”, pois o dinheiro que é teoricamente poupado, é gasto com a contratação e treinamento de novos policiais. Um exemplo é a reforma da previdência estadual, que acabou com a Paridade e a Integralidade da aposentadoria policial e também extinguiu a aposentadoria especial da mulher policial. Muitos (as) policiais civis preferiram procurar uma carreira onde têm a garantia de uma aposentadoria digna, com Paridade e a Integralidade, e as mulheres têm a garantia de aposentadoria especial. O Vice-presidente da UGEIRM, Fabio Castro, ressalta que “estamos enxugando gelo, pois os novos policiais que ingressam na Acadepol acabam servindo apenas para repor as exonerações de policiais que saem em busca de melhores salários”.  

Visão publicitária da segurança pública não valoriza policiais civis

Esse quadro de abandono da Polícia Civil, é uma demonstração da visão limitada da política de segurança pública do governo Eduardo Leite. Não existe política de segurança pública, sem a valorização dos profissionais que são responsáveis pela sua implantação no dia a dia. A valorização e qualificação dos quadros policiais, é um pressuposto para a implantação de uma política de segurança pública eficiente e de longo prazo. Infelizmente, o governo Eduardo Leite demonstra que o seu principal objetivo com a segurança pública, é a geração de peças publicitárias que utilizam o trabalho de excelência dos Policiais Civis para inflar a imagem do governador perante o seu eleitorado.

Governo pode fazer Polícia Civil ter retrocesso de mais de vinte anos

O sucateamento das forças de segurança do estado, leva ao esvaziamento da Polícia Civil e a perda dos seus melhores quadros. A Polícia Civil passou por um processo de qualificação do seu efetivo, que veio com a exigência do nível superior para ingresso na instituição, passando pela melhoria salarial da categoria, com a implantação da tabela de subsídios e a ampliação de vagas para promoções. Isso levou a Polícia Civil a ser uma das instituições mais respeitados pela sociedade gaúcha e uma das carreiras mais concorridas para quem quer entrar no serviço público. O presidente da UGEIRM, Issac Ortiz, teme pelo futuro da instituição: “tudo isso foi conseguido através da pressão dos próprios policiais, com o apoio da sociedade gaúcha. Infelizmente, todos esses avanços vêm sendo ameaçados por uma visão estreita e tacanha do atual governo, em relação à valorização dos servidores públicos. A prosseguir nessa política de desvalorização do governo Eduardo Leite, voltaremos ao tempo em que o concurso para a Polícia Civil era a última opção que quem desejava ingressar no serviço público”.