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COBRAPOL Participa de Audiência Pública Sobre Operação do Jacarezinho

“É inaceitável e odioso esse prejulgamento de alguns que reforçam em episódios dessa natureza seu preconceito quanto a profissionais de segurança”, afirmou Gutierrez

COBRAPOL participa de audiência pública sobre operação do Jacarezinho

O presidente da COBRAPOL, André Luiz Gutierrez, participou nesta quinta-feira (26) de audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizada da Câmara dos Deputados organizada para discutir a operação na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, realizada no dia 6 de maio, que resultou na morte de 28 pessoas, sendo um policial.

Em nome do governo estadual, o subsecretário de planejamento e integração operacional da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rodrigo de Oliveira, garantiu que a operação tinha amparo judicial e que os outros 27 mortos eram criminosos que reagiram à ação policial. “Foram expedidos 21 mandados que tinham o objetivo da prisão de criminosos que estavam, de alguma forma, aliciando crianças”, relatou.

Oliveira descreveu aos deputados o cenário encontrado pelos policiais ao chegarem à favela do Jacarezinho. “A gente vê criminosos portando granada e disparando fuzis sendo taxado de suspeitos. Eu queria saber: do que eles são suspeitos? Com relação à operação em si, todos os regulamentos e regras estabelecidas foram cumpridas, a perícia se fez presente no local e todas essas pessoas que se confrontaram com o estado e vieram a falecer, 100% delas têm ligação com o tráfico”, informou.

Segundo levantamento da Polícia Civil, o Rio de Janeiro tem cerca de mil comunidades dominadas por criminosos, sendo 74% nas mãos de traficantes de drogas e 26% sob domínio de milicianos.

Participou da audiência, também, Fábio Neira, vice-presidente do SINDPOL-RJ, que se solidarizou com os policiais civis envolvidos na operação, criticou o pré-julgamento dos resultados do evento e falou dos desafios dos profissionais de segurança pública diante do crime organizado muito presente no Estado do Rio de Janeiro. Marcaram presença no encontro, ainda, representantes da ADEPOL e do SINDEPOL-RJ.

Segue, na íntegra, o pronunciamento do presidente da COBRAPOL na audiência, cujo inteiro teor pode ser acessado pelo link: Acompanhe — Portal da Câmara dos Deputados – Portal da Câmara dos Deputados (camara.leg.br)

ANDRÉ LUIZ GUTIERREZ

“A COBRAPOL já se manifestou e faz agora novamente a manifestação de solidariedade aos policiais civis do RJ. Essas circunstâncias foram muitos especiais e desencadearam essa dura operação na comunidade do Jacarezinho.

Os que morreram não eram santos nem sacristãos, à exceção do irmão policial André Frias, que veio a falecer com o primeiro tiro da operação, quando foi alvejado logo que desceu da viatura.

Não há que se falar que a Polícia foi promover um massacre.

Nós não temos como ir lá levar flores e eles (os criminosos) não têm como nos entregar chocolate.

O modelo de segurança pública está errado? Pode ser, mas os estudos têm que ser feitos por quem entende de polícia e não por acadêmicos que não entendem no assunto.

Os policiais envolvidos na operação fizeram o que tiveram que fazer diante de criminosos fortemente armados.

Já soubemos que, em outros tipos de operação, ex-militares se voltaram para o crime e dão treinamento aos criminosos.

Estão se tornando uma milícia a favor do crime e estão dispostos a matar.

Como os resultados são imprevisíveis e como a legítima defesa vale, infelizmente, muitos morreram.

A legítima defesa tem que ser usada. Policial tem que se defender, sim, pois ele não está ali para morrer.

Eu vi algumas manifestações de alguns que não tem experiência e conhecimento empírico.

Eles não podem se manifestar sobre operações policiais, principalmente pela imprevisibilidade.

Eu que fiquei mais de 28 anos na lida, principalmente em Foz do Iguaçu (Paraná), sei eu a situação no Rio de Janeiro é muito pior.

Dentro da realidade em que trabalhei já era perigoso.

O direito à legítima defesa nunca deverá deixar de ser usado.

Se apontar uma arma para o policial, ele (o policial) tem todo direito de reagir.

Todos têm que entender que nós não somos gladiadores numa arena romana para morrer numa atração circense. Reagiremos!

É inaceitável e odioso esse prejulgamento de alguns que reforçam em episódios dessa natureza seu preconceito quanto a profissionais de segurança.

Operações dessa natureza, colocando suas vidas em risco, como a do André se perdeu, lamentavelmente, não podem ser usadas para fazer discurso político, de direitos que humanos não agem da maneira que o humano deveria agir.

Todos nós sabemos da violência que a sociedade estava sofrendo, o aliciamento de menores para serem usados no tráfico, a atração do tráfico através de suas festas, principalmente a adolescentes que acabam sendo seduzidos.

Isso não pode ser usado para atacar a Polícia.

Os eventuais excessos devem ser apurados. Nossas corregedorias têm capacidade de trabalhar e verificar o que foi excesso e isso aconteceu no Jacarezinho.

Só quem conhece a lida da Polícia pode falar.

Agora, tem que continuar essas operações contra as facções criminosas munidas com armamento pesado para manter suas atividades delinquentes e do narcotráfico.

Infelizmente, toda ação enseja uma reação na mesma proporção.

Termino dizendo uma frase que um policial nos passou logo após o episódio do Jacarezinho, para que os acadêmicos e os críticos que não tem conhecimento possam refletir e analisar mais imparcialmente

‘ – Quem não vive a situação, não tem como imaginar. Quem vive, não tem como descrever. Não é filme, é real. Não é game com várias vidas. É só uma. Só quem vê sumir o brilho dos olhos de uma pessoa, por mais bandido que seja, por ação própria, sabe o que se sente. Deus nos ajude’.

A COBRAPOL estará sempre à disposição dos parlamentares para discutir assuntos tão importantes como esse.

Fonte: Comunicação Social

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