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Gutierrez: elevada abstenção no concurso da PC-PR denuncia desmotivação com a profissão

Presidente da COBRAPOL fez uma análise das causas que levaram 55% dos candidatos aptos desistirem do concurso para policial civil no Paraná

O concurso da Polícia Civil do Paraná, realizado neste domingo (3), teve alta taxa de abstenção. Dos mais de 106 mil candidatos inscritos, 59.092 não compareceram, o que corresponde a 55,48% de abstenção.
As provas foram realizadas em 11 cidades do estado, além da capital, Curitiba.

Os candidatos concorrem a uma das 400 vagas oferecidas. São 50 vagas para o cargo de delegado de polícia, 50 para o de papiloscopista e 300 para investigador. O ingresso dos candidatos aprovados deve ocorrer já no primeiro semestre de 2022.

O que chama atenção é o número elevado de candidatos desistentes: 55%, ou seja, mais da metade.
Segundo o presidente da COBRAPOL, André Luiz Gutierrez, “essa realidade, certamente, não é exclusiva do estado do Paraná e ela deve nos fazer refletir sobre a atual situação da instituição”.
“Que leitura devemos fazer desse fato preocupante?”, questiona Gutierrez.
“Seguramente, um fator que pesou para a desistência de tantos candidatos é a crescente desvalorização dos nossos profissionais da segurança pública e as recentes perdas de direitos provocadas pelo governo federal e muitos estaduais”, argumentou o dirigente.

Gutierrez avalia que “a incerteza do futuro destes profissionais diante da ameaça, agora, na reforma administrativa, de deixar de ser carreira típica de estado, deve ter influenciado para esse elevado índice de abstenção”.
“Precisamos, urgentemente, de uma política de superação do sucateamento e da precarização que atingem nossa instituição, através de medidas que valorizem seus profissionais e modernizem de fato e de direito”, sentenciou.
O presidente da COBRAPOL afirmou, ainda, que “essa desmotivação para ingressar na Polícia Civil nós já estamos alertando há muito tempo, desde as reformas da Previdência e outras que atingiram nossos direitos e geraram uma grande insegurança jurídica, como agora acontece, novamente, com o desmonte do serviço público que pretendem fazer através da PEC 32”.

“É preciso recuperar credibilidade de nossa instituição, a partir dessa triste realidade que vive a centenária polícia civil do Paraná, que, infelizmente, não deve ser muito diferente de outros estados do país”, concluiu.