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Policiais Civis Mineiros Exigem Explicação do GOV. Zema Sobre Declarações Contra a Categoria

A COBRAPOL vem a público manifestar sua indignação com recentes declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, proferidas durante a posse do novo chefe da Polícia Civil do Estado.

Numa comparação infeliz com as demais Forças da Segurança Pública, Zema afirmou que existe uma “incidência muito maior do que as outras de investigações por pessoas da corporação que não procedem de acordo com os princípios que nós julgamos corretos”.

Para bom entendedor, meia palavra basta!

De onde o governador extraiu o dado de que a incidência de violação de princípios é maior entre os policiais civis na comparação com os demais profissionais da segurança pública? O chefe do Executivo mineiro, por acaso, dispõe de alguma estatística nesse sentido, levando-se em consideração o tamanho de cada corporação?

Ora, como bem enfatizaram os representantes dos policiais civis de Minas Gerais, nossos profissionais são exemplo de destemor, honestidade e respeito à legislação vigente, o que não elimina desvios de conduta que, certamente, verificam-se em todas as instituições, inclusive na classe política à qual pertence o governador, como assistimos quase todos os dias nos jornais.

Diante da manifestação pública, não nos resta outra alternativa senão cobrar explicações sobre o conteúdo de seu infeliz e inoportuno pronunciamento, além de estudar eventual ação de natureza jurídica para reparação da injustiça promovida contra nossos valorosos policiais, vítimas frequentes das políticas de sucateamento da instituição e de perdas de direitos, como os previdenciários, em face de reforma do governo Zema que aumentou alíquotas, promoveu defasagem salarial, reduziu o quadro de pessoal pela metade, sobrecarregando os que se encontram em atividade, entre outros retrocessos.

Aliás, antes de qualquer cobrança sobre o desempenho, profissional ou moral, da corporação, o governador deveria, no mínimo, reconhecer essa situação de descalabro em que se encontram os policiais e outros servidores públicos.

Diante desse quadro, o chefe do Executivo mineiro não dispõe de autoridade para fazer qualquer cobrança, muito menos a que foi dirigida de forma infame aos policiais civis.

A COBRAPOL soma-se ao Sindpol/MG, Sindep/MG, Aespol/MG e  Aspce/MG nas ações que forem necessárias para exigir as explicações do governador, sem prejuízo de eventual ação judicial.

Brasília (DF), 10 de fevereiro de 2021

ANDRÉ LUIZ GUTIRREZ

Presidente da COBRAPOL